Quando Rubens Alves nos mostra a metáfora do arco e da flecha, relacionando-a com a figura dos pais e dos filhos, fica muito claro ao nosso entendimento o quanto é importante e necessário dar autonomia aos filhos. É com sabedoria que os pais descobrem isto, movidos pelo sentimento do amor incondicional que existe neste tipo de relação.
Se os arcos representam os pais que lançam seus filhos como flechas para o mundo, a responsabilidade de ser o arco é maior do que a de ser flecha. Os filhos são lançados para um determinado alvo, mas não atingem este alvo porque, conforme a metáfora de Rubens Alves, eles se transformam em pássaros e, na verdade, voam para onde querem.

Neste momento é que vejo a importância de serem autônomos e autores de suas próprias vidas. Este vôo será, então, seguro, equilibrado, bem direcionado porque este filho será capaz de tomar suas próprias decisões, fazer suas escolhas e seguir planando, subindo ou descendo conforme os destinos que quiser alcançar. A autonomia que aprendeu a ter, enquanto criança e enquanto flecha que ainda não foi lançada, será exercitada quando se lançar ao mundo, no vôo que tiver que voar, na vida que tiver por viver; planando ou alcançado os céus, as nuvens como limite para o que autonomia lhe permitir. Com isto estaremos, nós pais, acompanhando suas vitórias, seus sucessos e realizando nossa tarefa maior de pais, que é a de lançar o filho para o mundo afim de que realize sua própria existência.
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