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Foto do escritorCirce Palma

A impressionante transformação do pirata Adilson

Adilson caminha de um lado a outro na praia.

Está ansioso. Entra mar a dentro, mergulha e sai de novo. Pra água novamente e.. pronto, areia outra vez. Gente, não sei o que está acontecendo comigo, mas o fato é que estou me sentindo estranho. Parece que não estou em lugar nenhum. Tô nervoso, resmunga pra si mesmo. Chama os colegas piratas, mas não vê ninguém, pois eles tinham se perdido uns dos outros quando o navio afundou. Portanto, fala sozinho. Ai que triste destino o meu. Sem amigos, sem saber onde estou, sem saber o que fazer, sem nada. Tá bem Adilson, não adianta chorar. Sem nada não. Eu tô com medo sim. Muito medo.


Olhando ao longe, quase no fim da praia, percebe uma nuvem de poeira que lhe indica movimento de pessoas, animais, enfim... se aproximando. Tenta fixar o olhar e, aí sim. O medo que já era grande fica muito maior. A turba de zumbis se aproxima num passo acelerado, tendo a frente o Jack, que a todo momento diz: rápido pessoal, vamos! Quer dizer, para os padrões dos zumbis até que era rápido. Mas para o Adilson, vinham devagar. Certo, porém, é que iriam chegar até ele.


O que vou fazer? Onde posso me esconder para que não me encontrem? Não tem jeito. Aqui é tudo aberto. Eles vão me achar. De repente, olha para os braços, e observa que eles estão ficando diferentes. Surpreso e muito assustado, repete: o quê que é isso? Olha meus braços. Estão ficando curtinhos. Já sei! Tô sonhando. Isto não está acontecendo. Ou será que está? Afff. Tô mesmo é perdido.


E os zumbis se aproximando. Cada vez mais perto. Acho que eu tô frito mesmo, pensa o Adilson.


Entra novamente no mar, e ao receber uma forte onda nas costas, sente algo muito estranho novamente. Sai correndo do mar e cai na areia, exausto. Cada vez entendendo menos. Queria desmaiar e só acordar quando tudo isto já tivesse passado, pensa ele. E ouve uma voz: mas isto não vai passar Adilson. Você não é mais um pirata. Ah, tá. Agora me ferrei mesmo. Quem é que tá falando?


Olhando para todos os lados só vê a horda de zumbis bem próximo dele. Só que eles vão seguindo e nem notam a presença do pobre Adilson. A turma pára quando Jack levanta a mão em sinal de parem todos. O pobre Seghus esbarra no colega a sua frente e logo recebe um xingão. Ei, você, não encosta em mim! E Tonthus fica tentando empurrar para longe o colega que, por ser cego, não vê as tentativas dele. Parem vocês dois, repreende Jack. Escutem, diz ele, muito atento. O que foi? Sinto uma presença estranha, diz o chefão dos zumbis.


Adilson, com os olhos muito arregalados e, cada vez mais confuso, fica paralisado. Ou por medo ou por estratégia, tipo se ficar quieto nem vão me ver. E é isso mesmo que acontece. Ok, pessoal, vamos seguir, acho que me enganei. Adilson fica rindo, kkkk. Enganei eles. A este pensamento ouve a voz novamente: Não enganou não. É que eles estão procurando um pirata humano e você não é mais humano. O quê? E Adilson olha para seu corpo e percebe que suas pernas, braços, mãos, tudo é diferente.

Nas mãos não tinha mais cinco dedos e sim quatro. Na cabeça, tinha uma espécie de crista. Eram duplas e coloridas. Bem, isto é bonito, pensava ele, enquanto se via numa poça de água que refletia sua estranha imagem. Não tenho mais pernas, é isso? São patas. Aff.


Alguém pode me explicar o que está acontecendo? E a voz, finalmente se apresenta: Uma feiticeira, com um chapéu de bruxa, um caldeirão e uma vassoura que fica em pé, sem estar encostada em nada. Quem é a senhora, pergunta Adilson, mas desta vez não consegue falar, pois sua boca também ficou diferente. Mas a feiticeira, Dona Circe, consegue até ler seus pensamentos. É o seguinte Adilson.

Eu sou uma feiticeira e vim dos tempos antigos, muito antigos. Mas o que veio fazer aqui? Vim salvar você, transformando-o num dilophossauro. Ou você preferia virar zumbi? Bom, pensa o Adilson antes de responder. Até nem sei o que é pior, ou melhor. Cada coisa que me acontece, que até eu mesmo não acredito. Bom mas agora já tá, neh? E como vou viver como este tal de dilophossauro?


Bom, agora vem a segunda parte do plano. Ichh! E quantas partes tem este seu plano? Só pra me preparar. Quantas? Ah, muitas, responde a feiticeira. Isto vai depender só de você. Humm! Vamos lá, então, afinal, parece que já estou perdido mesmo.


Neste momento, ele observa que a turma dos zumbis estão voltando. Lá vem eles de novo. Se esconda Dona Circe, para eles não verem a senhora. Já cuidei disto. Eles não me veem mesmo. Só ficam meio desconfiados quando chegam perto, mas não me enxergam. Porquê? Joguei uma poção do meu caldeirão no caminho por onde ele passam. E o que tem neste seu caldeirão? Pergunta curioso, o agora dinossauro, especificamente o dilophossauro. Ah, aqui tem de tudo. Tem uma gavetinha aqui olha, onde guardo pestanas de gato vesgo, bigode de cabra preta, asas de morcego, unha de tigre de bengala, pó de pirlimpimpim, raiz de arruda.. e seguiu falando tudo o que tinha para suas mágicas. Mas e cabe tudo aí nesta gavetinha? Sim. Mas o pó de pirlimpimpim não é das fadas? Sim ,é que, às vezes, eu também sou fada. Sério? Então me destransforma, pediu o expirata. Mas você não quer passar para a parte dois do plano? Você vai gostar. É muito interessante. Hummm!!! Será? E o ex Adilson, que era muito curioso, preferiu arriscar. Está bem. Segue aí, Dona Circe.


Primeiro vamos acertar seu novo nome: será Adilopho. Gosta? Preferia que fosse Adilson mesmo, não pode? Não, este é nome de gente e você agora é um dilophossauro.


Ei, olha os zumbis estão bem perto da gente. Não se preocupe, eles só irão ver você. Eu? E o que eu faço? Tô com medo. Você nunca mais vai ter medo, meu amigo. Os outros é que terão medo de você. Quando eles vierem, se vierem, em direção a você, balance a cabeça e vai ver o que acontece. Adilopho faz o que disse a feiticeira e, quando os zumbis estão bem pertinho, ele balança a cabeça para os dois lados. Imediatamente duas cristas coloridas se abrem ao lado da cabeça dele. Quando os zumbis veem aquilo, tentam sair correndo, mas lerdos como são, mal conseguem sair do lugar. Um pouco por serem zumbis, outro pouco pelo medo que também os paralisa. Se batem uns nos outros, se xingam, ficam gritando alguém me ajude a levantar, quando não tem uma das pernas, como no caso do Jack. Seghus, pobre, não entende nada por que só ouve a confusão. Ele caminha na direção do Adilopho. No meio da gritaria, não consegue entender o que dizem os outros. Então o dino avança para ele, mas fica com pena e deixa ele ir, passando ao lado, mas indo em direção do Jack, que não consegue correr porque tem só a metade de uma das pernas. Alguém me explica o que ouve? Grita Jack. Inútil, ninguém tá nem aí pra ele.


É uma confusão geral.


Adilopho, finalmente pára de balançar a cabeça e as cristas se recolhem. Essa eu gostei. Eles ficaram morrendo de medo. Eu não lhe disse, ninguém mais vai ter medo de você., diz Dona Circe. Nossa , isso é fantástico, diz ele. Vou dar umas bandas por aí, pra assustar uns e outros. Naninanão, diz a feiticeira. Agora vamos para a segunda parte do plano. Esta é um pouco mais complicada e requer mais produtos de magia do meu estoque. Feche os olhos e fique bem parado. Eeepaaa! O que vai acontecer? Vamos confie em mim, diz ela.


Segunda parte do plano: A feiticeira sai a procura dos insumos para sua magia. E sai catando: pata de siri canhoto, pena de gaivota muito velha, restos de concha abandonada, e, se possível, gostaria de encontrar uma água viva, que até poderia estar morta, também servia. Coloca tudo na sua cesta de catar coisas e volta para perto do Adilopho. Dos zumbis não se tem mais notícias. Mas eles voltarão diz ela. E estaremos preparados.


Caldeirão na fogueira, Adilopho atento e, naturalmente, curioso pelo que vai acontecer. Os zumbis à espreita, de longe, meio assustados, meio encorajados para chegar mais perto. Vamos esperar diz Jack.


ABRRRRZIGGGGGARRRIIIII. Diz Circe. Abre os braços, olha pra cima e dá três voltas no caldeirão. Nada. De novo. Vai de novo dona Circe, diz Adilopho. Bota mais uns trecos aí da gavetinha Tô pronto. Fica quieto, rapaz. Não me tire a concentração. Ai, acho que me esqueci de virar para a direita e depois para a esquerda. É, acho que é isso.


ABRRRRZIGGGGGARRRIIIII. Braços para cima, olhos pra baixo e voltas, para a esquerda e depois para a direita. Agora foi. Adilopho, onde está você? De repente, não se vê mais o expirata. Ok, tudo certo, diz a feiticeira satisfeita. Gritos a fazem ficar alerta. O que é isso? Socorro, socorro. Procura, olha para os lados, até que percebe que os gritos saem de dentro de uma concha que estava na praia. E, pior, uma onda gigante vinha vindo e provavelmente iria levar a concha para o alto mar. Aí, sim, Ia ferrar mesmo o pobre expirata. A feiticeira fala, suas palavras secretas e a onda vira uma marolinha. Nem encosta na concha. E os gritos, continuam. E o Adilopho, nem sinal. Dona Circe pega a concha e quando olha dentro, não acredita no que vê. Um mini pirata, lá dentro, gritando por socorro, porque não consegue sair. O que aconteceu? Pergunta ele. Era esta a segunda parte do plano? Eu não sou mais o assustador dilophossauro? Não, não, diz a feiticeira muito nervosa (nem sei se as feiticeiras ficam nervosas, mas a Circe ficou). Fiz errado. Pera aí, que vou concertar. Ta bom, diz Adilopho, meio contrariado com a situação. Justo, neh?


A feiticeira volta pro seu caldeirão, olha a sua gavetinha e decide pesquisar no Google, para descobrir onde foi que errou. Mas que droga estou fazendo.O Google não divulga as magias. Isto é um acordo com o sindicato das feiticeiras. Deixa ver como vou fazer. Primeiro, desfazer a última mágica. Pensa, pensa... já sei.


Boto duas pestanas de gato vesgo, para dar crocância na mistura, depois restos de concha quebrada e um pedaço rasgado de roupa de pirata. Agora acho que vai. Vamu lá.

ABRRRRZIGGGGGARRRIIIII. Braços para baixo, olhos para cima, e voltas para a direita e depois para a esquerda e..... pronto. Fica olhando e vê uma explosão da concha e de dentro sai o Adilopho. Balança a cabeça e surgem as cristas coloridas, tão assustadoras que assustam até a Dona Circe.


Muito bem, diz ela. Vamos então, prosseguir com o plano.

A turba de zumbis, que não desiste de ir e vir sempre a procura do Adilson (que nem existia mais), resolve que precisam tomar uma atitude mais focada. Afinal já fomos e viemos muitas vezes e nada do pirata, comenta Jack.


Ei, diz Jack, vocês estão vendo aquela senhora ali? Eu não, diz Seghus. Eu não to vendo nada. Claro você nem tem olho, responde Manethus, que por sua vez só tinha um braço. Ei, senhora? Pois não, responde Circe, disfarçada de uma velha senhora, sentada em uma cadeira de praia, curtindo o mar. A senhora viu um pirata passando por aqui? Vi não, diz ela. Disfarça e olha pro outro lado. Estranho, comenta Jack. Ele tinha que ter passado por aqui. E aquele animal ali, o que é? É só uma pedra, diz a feiticeira e numa rápida fala cheia de magia transforma o pobre Adilopho numa enorme pedra.


Seguem sua ronda, assustando quem passa (embora, na verdade, passem poucas pessoas por ali). Não vamos desistir. Isso mesmo, concorda o grupo. Avante, adiante e além!!!! Gritam todos e continuam a procurar o pirata desaparecido.


Dona Circe, é uma feiticeira esperta e assim que eles se afastam, retoma sua forma original. E continua com a segunda parte do plano. Pronto, diz ela. Pode voltar Adilopho. Eles já foram. Ufa! Agora levei medo. Virar pedra era a última coisa que eu suportaria. Fique quieto, estou me concentrando.


Mas Seghus, que não enxergava nada mas percebia tudo, sentiu alguma coisa estranha acontecendo. Pessoal, vou falar com aquela senhora novamente. Ok, diz Jack. Pode ir. Ela não vai ajudar em nada mesmo. Pra que lado eu sigo, pergunta ele. Caminhe dez passos para a frente e depois mais cinco para a esquerda, responde seu amigo Manethus. Estará na frente dela. E assim Seghus chegou na frente da Dona Circe. Ei senhora? O que é agora?A senhora pode fazer mágicas não é? Sim, mas como você descobriu? Décimo sexto sentido, responde ele. Neste caso a senhora poderia fazer uma de suas magias para eu poder enxergar de novo? Pode ser só com um olho. Já serve. Agora estou envolvida em outro projeto, mas aguarde aí que vou ver o que posso fazer. Mas não fique muito perto. Responde a feiticeira .Ok, responde Seghus, sem saber o que seria o muito perto.


Adilopho fica bem quietinho para que o zumbi não o perceba. Estou sentindo um cheiro estranho diz ele. Parece meio conhecido. Fique em silêncio, repreende a senhora.


Que comecem os trabalhos! Ela grita bem alto e começa a fazer as misturas no seu caldeirão que era pequenininho mas que começa a aumentar de tamanho até que o Adilopho consegue entrar dentro.


Pule aí dentro, diz ela para o, agora, dilophossauro, que imediatamente se atira dentro do caldeirão. Seghus que tudo ouvia, entende que o pule aí dentro era para ele. E pula também. Um grande estrondo se ouve no céu e o mar parece avançar em enormes onda pela praia. O que é aquilo? gritam os zumbis, e, assustados saem correndo. Quer dizer, tentam, neh? O céu fica escuro, as águas se turvam, ondas enormes se formam do nada e depois de alguns segundo tudo volta ao normal.


Que foi isto, gente? Pergunta Jack. Pernethus procura por Seghus para lhe explicar o que houve, já que ele não enxerga nada. Pessoal, alguém viu Seghus? Não vi, eu também não. Ninguém encontra o Seghus. Ichh! E agora? Perguntam-se uns aos outros. Temos que procurar o pirata e o Seghus, pergunta Jack? Afff, sei lá, exclama irritado o líder dos zumbis.


Enquanto isto, muito longe dali, em pleno deserto do Arizona. Adilopho e Seghus sentindo-se perdidos, tentam entender onde estão. Ué! Onde estou e quem é você? diz o dilophossauro, olhando para Seghus que agora conseguia enxergar, ainda que com um olho apenas. Estou enxergando, estou enxergando ele sai gritando. Ei volte aqui! chama Adilopho. Seghus explica que havia feito o pedido para aquela senhora que estava na praia. E você? É um algum dinossauro? Pergunta o zumbi. Mas você me é familiar. Bem, diz Adilopho, sabe aquela senhora que você encontrou na praia? Sim, o que tem ela? Na verdade ela é uma feiticeira, a Dona Circe. E eu era o pirata, daí ela me transformou num dilophossauro. Hum, diz Seghus . Você até que ficou mais elegante e mais alto. Então, a conclusão é que estamos nós dois aqui. É isto? Diz o dilophossauro. Parece neh? Responde Seghus que não cabia em si de tanta felicidade por estar enxergando.


Resolvem sair para explorar o ambiente árido no qual se encontram. Dois passos depois e Adilopho não vê Seghus que caminha devagar e se encanta com tudo que vê. Seghus, é melhor você subir nas minhas costas, senão não chegaremos a lugar algum neste ritmo. Está bem, responde o zumbi, feliz porque podia ver onde pisava. Nossa, Adilopho , suas costas parecem pedras. Sobe aí e não reclama. Ei, amigo, estou vendo uma poeira lá adiante. Acho que vem vindo alguém. Você consegue ver? Sim, e não é pouca gente. É um bando! O quê? Vou correr. Segure-se firme, Adilopho avisa. Vou tentar, responde Seghus. Alguns do bando dos dinossauros se aproximam e logo param. Parecem assustados, diz Seghus. Assustados vão ficar agora, e Adilopho balança a cabeça. Imediatamente surgem as cristas coloridas que assustam o zumbi mais que os outros dinossauros. Ele pula no chão e se bota a correr. Volte aqui, diz Adilopho. Eles estão com medo de mim, mas vão pegar você se estiver só. E logo um pterossauro faz um voo razante a fim de pegar o pobre Seghus. Mas Adilopho é mais rápido e abocanha o invasor. Engoliu? Pergunta o zumbi. Com pena e tudo. Credo!


Seguem a caminhada e a cada situação que enfrentam se tornam mais parceiros.


Na praia, reina a confusão e o desespero. Onde foi parar o Seghus, gente? Todos se perguntam. Aposto que aquela inocente senhora sabe de alguma coisa, diz Jack. Vamos até lá. Sim, o que vocês querem? Responde dona Circe, quando é abordada pelo grupo. Onde está nosso amigo, o Seghus. Sei não, mas deve estar com Adilopho. Quem é este? Olham-se intrigados. Ora é o ex pirata, que eu transformei em um dilophossauro. O quê? Ficam assustados e todos recuam, afastando-se da “senhora” que agora percebem que é um feiticeira. E sabem do que mais, diz ela, você também vai se juntar a eles. E num movimento muito rápido joga uma poção no Jack que imediatamente desaparece. Os outros tentam fugir, mas dona Circe joga mais poção e alguns literalmente desaparecem. Os que sobram na praia afastam-se da “senhora” o mais rápido que podem.


No deserto, Adilopho e Seghus seguem tranquilos sua exploração. Os dinossauros que os haviam encontrado, nunca mais pensaram em se aproximar. Ei Adilopho, o que vamos comer? Pergunta Seghus, preocupado. Ali, mostra o dilophossauro. Tem uma carcaça bem fresquinha. Vamos. Comem até fartar-se e, de repente, Seghus tem um sobressalto. Amigo, olha lá adiante. O que você está vendo desta vez, pergunta Adilopho. Ou estou sonhando ou são o Jack, o Manethus e o Empty. Tem mais dois com eles. Opaaa! Todo mundo se mudou para cá? Porque vieram para este fim de mundo? Sei lá.


Ei pessoal, grita Seghus montado nas costas do amigo. Não acredito, exclama Jack. O que você faz aqui? Está enxergando? Sim, aquela gentil senhora na praia me fez o favor. Gentil? Reclama Manethus. Ela jogou um pó na gente e viemos parar aqui. Você não tem medo deste dinossauro? Perguntam eles. Não, ele é meu amigo agora. Ele foi transformado também. Ele era o pirata que nós procurávamos.


Jack se atira em cima do Adilopho que logo abre as cristas e bota o grupo todo a correr. Calma Adilopho. Não precisa atacar eles. Não sabiam. Voltem aqui pessoal, grita Seghus. Acho melhor todo mundo ficar junto. Não queremos ficar com este louco de crista colorida, responde um dos zumbis. Acho melhor ficar, avisa Seghus.


Nem pensar, dizem eles e seguem para o outro lado. Alguns minutos depois, aparecem correndo (tanto quanto podem, e que não é muito rápido) ao lado de Adilopho e Seghus. Atrás deles o bando de dinossauros que já havia aparecido antes. Logo dão meia volta quando percebem que os zumbis estão ao lado do Adilopho.


Está bem. Entendi, diz Jack, vamos ficar juntos. Afinal somos velhos amigos não é mesmo?

Na praia, dona Circe resolve recolher suas tralhas, caldeirão, insumos para as poções e a sua bolsinha com gavetinhas. Coloca tudo numa caixinha e amarra na ponta da vassoura. Bem, rapazes, vou seguir meu caminho. Adeus para vocês! E numa espiral de fumaça a boa senhora desaparece.


Que lugar aborrecido, dizem os zumbis, no deserto do Arizona. Não tem ninguém para assustar, nem um pedacinho de gente pra se comer. Se quiserem ir embora, fiquem a vontade, responde Adilopho. Não era bem isso que eu estava pensando.


E o que era?, pergunta uma voz, já conhecida de Adilopho. Dona Circe! exclama ele, feliz por saber dela. O que a senhora faz aqui. Vim ver como estão passando, responde ela. Vejo que já são amigos, você e os zumbis. Então está tudo bem.


Não exatamente Dona Circe, fala Jack. Eu gostaria de voltar para casa. Ah, pois não, diz ela. E, com um abracadabra bem comunzinho, joga um pozinho de pilompompom no reclamante e lá se vai ele, voando pelos céus. Onde ele vai, perguntam os outros. Não sei, espero que vá parar na praia de onde veio.


Assustados, ninguém mais reclama. Alguém mais? Pergunta a feiticeira. Silêncio. Então já vou indo também. E com mais meia dúzia de palavras indizíveis ela rodopia para esquerda, depois para a direita e ... plaft. Parece ter entrado na nuvens, diz Seghus.


Adiante pessoal! Tem um mundo a nossa frente, avisa Adilopho.


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