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Como lidar com as crianças durante este período de isolamento?

Atualizado: 6 de out. de 2020





Na realidade não existem regras fixas que definam uma atitude padrão para estes momentos. Estar isolado impacta nas nossas rotinas de vida. Elas mudaram drasticamente, num piscar de olhos e ninguém se preparou para uma situação como esta. As crianças também não. É preciso saber ajustar-se a este momento que se tornou o nosso dia a dia, mas que ninguém pediu para ter.

Trabalhar em homeoffice não é algo novo. A diferença no entanto é que agora os pais trabalham full time nesta modalidade e não fazem nada mais fora de casa. Não existem mais as saídas aos parques, aos shoppings, as visitas aos avós, aos tios aos amigos, enfim.

São outras rotinas as que se impõe agora. As crianças pequenas, as que ficam em escolinhas infantis, tem as “tias”, os amiguinhos, os brinquedos, etc. Perderam tudo isto e não sabem porquê. Nesta faixa de idade a afetividade é uma mola mestra que gerencia todo o comportamento infantil. Se alguma coisa dá errado, “alguém” (pai, mãe, tia, professora, etc) “não gosta mais de mim”. É um raciocínio lógico que a criança vai ajustar bem mais tarde.

Portanto, é muito importante, que os pais ou os adultos envolvidos com elas, lhes expliquem o que está acontecendo. Existem vídeos infantis que mostram de forma lúdica o motivo de estarmos isolados. Quando entendem que não são elas as culpadas, e que não fizeram nada errado, isto alivia, e muito, a angústia que possa estar acontecendo. O fato de não poder brincar com os amigos é bastante estressante, pois nesta fase a criança está aprendendo a se sociabilizar, a conviver em grupo, etc., características do viver em sociedade. E é no brincar que muitas destas aprendizagens acontecem. O imaginário infantil é carregado de simbolismos que refletem o que vai no íntimo dos pequenos e que eles não sabem explicar (porque não tem entendimento nem vocabulário para tanto). O desenho, o grafismo também expressam os sentimentos. Então oferecer à criança oportunidades para brincar com lápis, tinta, papel, materiais que possam servir para estas representações é de fundamental importância. As brincadeiras de fazer de conta, representar personagens trazem à tona uma realidade que, claro, não existe, mas para as crianças é verdadeira. Elas incorporam o personagem com força e convicção, exercitando, assim a criatividade, habilidade fundamental para o equilíbrio emocional.

É preciso que os pais entendam estas necessidades infantis porque elas precisam ser ofertadas para os filhos. Brincar com eles, participando das suas invenções, transformando a sala numa floresta onde foram acampar, por exemplo. Ou empoleirar-se no sofá da sala, ou mesmo na cama, no quarto dos pais, transformando-os num imenso navio, onde todos estão a bordo (de preferência toda a família) e, a partir daí, criar situações de perigo, de suspense, enfim, onde a imaginação levar.

Mas para que isto aconteça, é necessário que a família adote uma rotina de tarefas. Combinem horários: Horário de ver TV, horário de brincar no tablet, no computador, horário de trabalho dos pais (e aqui vai uma dica: os pais também devem se impor estes horários para não trabalharem o tempo todo), horário de dormir, de acordar, enfim. E principalmente horário de brincar com os filhos. Todos na casa precisam organizar e seguir as rotinas combinadas.

Com as crianças maiores, depois dos 5 anos, a situação é outra. Não muito diferente em alguns aspectos. Mas as crianças nesta faixa estão em outro período do desenvolvimento. Já aprenderam a ler, ainda gostam de ouvir histórias (os menores), e tem nas tecnologias um grande aliado para seu divertimento. Evidentemente nada pode assumir o exagero. Então ficar a maior parte do tempo fazendo a mesma coisa (por exemplo, apenas no tablet, nos jogos eletrônicos, enfim no uso de artefatos tecnológicos), não é plenamente saudável. Os jogos para as crianças mais velhas, tem um sabor de descobertas, de satisfação de vencer desafios, etc. Jogos de tabuleiro, com a família, com os pais, ou apenas entre os irmãos, são bastante recomendados. Mas da mesma forma que os eletrônicos, eles não devem ser os únicos. Jogos de adivinhação, de desafios, que remetem aos raciocínios lógicos, são muito bem aceitos nesta idade. Apesar do protagonismo dos eletrônicos, os jogos que não dependem destas mídias ainda oferecem muito interesse para os pequenos. Numa sociedade em que as tecnologias eletrônicas se tornam recursos importantes seria totalmente sem sentido impedir que as crianças se valessem deles tanto para construir seus conhecimentos, quanto para seu divertimento.

Então, a atitude mais sensata dos pais, deveria ser um bom equilíbrio entre a permissão para tais atividades, orientando e participando com os filhos de todas as suas tarefas, e o acompanhamento da realização delas. De tal modo, que todos pudessem se divertir, trabalhar e acompanhar o desfecho deste, que é um período bastante difícil para todos nós, especialmente para as crianças. No entanto, é preciso ficar atento para que as cobranças não assumam papel de vilãs, nas atividades de um dia a dia que se impôs tão repentinamente.

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