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Saúde de um, saúde de todos – Doença de um, doença de todos

A grande verdade é que estamos num período de enfraquecimento diante da necessidade estendida de ficarmos novamente em isolamento. Isolar-se é o que pode haver de mais doloroso para o ser humano. Precisamos uns dos outros para que possamos nos reconhecer e sentir. Saber viver sozinho é uma conquista saudável que a maturidade traz, mas o isolamento e a solidão nos remetem a tristeza. O tempo, quando não estamos na companhia de alguém, torna-se difícil de administrar. Os espaços vazios parecem esvaziar também o nosso interior.

Vivemos, como poucas vezes na história da humanidade, a necessidade imprescindível de valorização do coletivo. Em grupo somos fortes, sozinhos perecemos. Juntos trilhamos caminhos que nos aproximam, sozinhos seguimos por estradas que nos afastam. Vivemos um parodoxo. Ao mesmo tempo que precisamos estar juntos, também não podemos nos encontrar, em razão da disseminação de um vírus que parece se tornar cada vez mais letal. Estar só, protege, não apenas a mim, mas também ao outro, de ser contaminado. É uma situação muito mais do que triste. É sofrida. Além do sofrimento, a que estamos forçados por conta das distâncias necessárias, ainda nos vemos diante de expectativas, apreensões, medos, desejos e até esperanças, quase sempre frustrados. A cada dia perdemos um pouco do equilíbrio, da confiança e nos envolvemos numa tristeza que nos abate e enfraquece. Ficamos assim, perdidos, precisando muito uns dos outros.


As emoções afloram, busca-se o equilíbrio já quase perdido. As informações que nos chegam, não acalmam. Ao contrário, assustam e nos afligem mais ainda. As notícias sempre primam pelo espetaculoso, pelo sensacionalismo e, apesar de informar verdades, o fazem com tal empenho que além de informar, impactam e nos deixam sem opções, sem escolhas. Assustados.

É preciso, mais do que nunca, um olhar humanitário, que nos permita vivenciar nossos afetos, provocar o sentimento de compartilhamento e desenvolver empatia por aqueles que de algum modo estão mais necessitados do que nós.




A vida flui no ritmo que cada um de nós permitir. Nossas atitudes, nossa consideração por cada um, mesmo por aqueles que não fazem parte de nossas relações, é que irão ditar os próximos passos no caminhar da humanidade. Os aprendizados que podemos desenvolver nestas convivências nos mostram que, embora distantes, é possível despertar a solidariedade em cada ser humano.


Mais do que nunca a saúde de um significa a saúde de todos, assim como a doença de um pode também ser a doença de todos.


Texto por:

Ana Cristina Blaya Figueiró - Psicóloga

Circe Palma - Psicopedagoga

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